quarta-feira, 25 de setembro de 2019

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

ONG Vulcano - Matéria Jornalística da BETA UNISINOS

Esporte promove desenvolvimento social e união de comunidade leopoldense

ONG Vulcano auxilia na formação de mais de 160 crianças e adolescentes através de oficinas de futebol e futsal

Mailsom Portalete
Sep 15 · 8 min read
No final do ano de 2001, cerca de 15 crianças e adolescentes caminhavam, em fila indiana, pela RS-240. De várias idades, esses jovens eram acompanhados por Ilvo e Aneli Goldschmidt e tinham como destino o ginásio Bervian, localizado no Arroio da Manteiga, em São Leopoldo. O objetivo era jogar futebol. A cena, que se repetiu por semanas, chamou a atenção de outras crianças que, com o tempo, se juntaram ao grupo.
A iniciativa cresceu e conquistou novos adeptos, dando origem à ONG Vulcano — Esporte, Cultura e Lazer. A nomenclatura foi escolhida por meio de um concurso realizado “entre a própria gurizada”, recorda Ilvo, um dos fundadores do projeto.
Ilvo é também o presidente da ONG e relembra a época em que, junto com a esposa Aneli, ajudou a retirar crianças das ruas. “Quando viemos morar aqui o Jardim Luciana era um bairro novo que não oferecia nada de lazer. As crianças não tinham o que fazer e ficavam perambulando pelas ruas. Foi então que eu, minha esposa e mais algumas pessoas nos juntamos para dar oportunidade para essas crianças“, relata. Desde 2001, a Vulcano cresceu e, atualmente, atende mais de 160 crianças e adolescentes, com o apoio de 22 voluntários.
Outra motivação do fundador para tocar o projeto em frente foi a vontade de proporcionar, aos pequenos, as oportunidades que ele não teve na infância. “A gente se criou na roça e no interior não tinha essas oportunidades. Em termos de esporte, o máximo que conseguíamos era um potreiro que servia de campo e uma bola improvisada, que a gente chamava de bucho. A ‘bola’ era feita com um saco de pano e algum material que a gente encontrava para colocar dentro”, relembra Ilvo, nascido em São Pedro do Butiá, no interior do Estado.

Projeto envolve a família

Um dos beneficiados pelo trabalho da ONG é o neto de Cléa Spengler, Guilherme, que joga na Vulcano há 12 anos. O rapaz de 17 anos ingressou na ONG ainda pequeno e acabou incentivando a mãe e, depois, a avó, a participarem. “Primeiro foi a mãe dele que começou a preparar o lanche das crianças. Todas elas recebem um lanche, que é leite com achocolatado e um sanduíche. Mas faltava gente e eu comecei a vir também. Já faz 10 anos que estou aqui ajudando. E agora até a namorada dele veio para ajudar“, declara Cléa.
A voluntária descreve os benefícios da prática esportiva na vida do neto. “Ele fez amizades e conheceu toda a gurizada. O esporte é muito importante. Em vez de estar na rua, ele está jogando. Nunca tive problemas com ele e nunca alguém se queixou que ele brigava. Nem na escola e nem aqui”, destaca.
Cléa relata sentir uma alegria imensa do papel que desempenha na ONG, tanto pela integração que promove na comunidade, quanto pelo reconhecimento vindo das crianças. “Eu acho uma coisa boa tu se doar. Tem criança que vem com chinelinho de dedo para jogar porque não tem calçado. E a gente consegue o tênis. Quando tá frio, se eles não têm casaco, nós também arrumamos”, completa.

De beneficiado a voluntário

O neto de Cléa não é o único a ter sua vida atravessada pelo trabalho da Vulcano. Outro exemplo do impacto da iniciativa na vida dos moradores do Jardim Luciana é Jones da Cruz Rodrigues, que começou a participar do projeto aos 12 anos. Hoje, aos 25, ele cursa Educação Física na Unisinos e é professor voluntário do futebol de campo na Vulcano. “Entrei como aluno e fiquei até os 15 anos, até ir jogar nas categorias de base de times do interior. Depois entrei para a universidade, ano passado, retornei à ONG como professor”, relata.
Apesar de ter passado um tempo afastado, Jones explica que nunca perdeu o vínculo com a organização. “Eu jogava em campeonatos que me convidavam. Sempre fui bem ligado e, quando podia, ia nas finais torcer pelos menores”, relembra.
Atual treinador das categorias Sub-11, 13, 15 e 17, Jones iniciou o voluntariado em agosto de 2018. Segundo ele, o projeto permite aos jovens aprenderem a respeitar os adversários e valorizar as conquistas em campo.
Querer vencer é algo que eles acabam levando para outras partes da vida. Eles também aprendem a lidar com as adversidades e respeitar o próximo. É gratificante poder estar com essa gurizada”, sintetiza.

Vencedores dentro e fora das quadras

O auxiliar de produção, Cleomar da Cruz, é voluntário da ONG desde 2010. Inicialmente, levava o irmão mais novo para treinar, mas quando ele atingiu a maioridade não pôde mais frequentar. A partir daí, Cleomar foi convidado para integrar a Vulcano como treinador voluntário. “Comecei a posicionar os garotos em quadra e ajudar nos treinos“, explica. Entre os muitos troféus da organização, além dos títulos e colocações em segundo e terceiro lugares, há muitas premiações por disciplina.
Falta espaço na sede improvisada para acomodar as dezenas de troféus obtidos desde a fundação da Vulcano, no início da década de 2000. O presidente da organização, Ilvo Goldschmidt, conta que pela falta de espaço muitas taças acabam ficando em sua própria casa. (Foto: Mailsom Portalete/Beta Redação)
Segundo o treinador, a preocupação da ONG é com a educação dos jovens, mas a parte tática não fica de lado. “Alguns garotos, quando entram no projeto, não sabem nem chutar a bola. A gente vai acompanhando, passo a passo, todo o desenvolvimento deles. E ficam tão bons que viram até profissionais. Pelo menos três dos nossos alunos se tornaram atletas profissionais”, comenta.
Um destes exemplos é Gabriel da Rosa, jogador do Lagoa Futsal, time de Lagoa Vermelha, que integrou a ONG entre os 15 e 16 anos. O atleta já atuou no Sporting Clube de Braga, de Portugal.
Mesmo com os bons resultados, o objetivo não é formar profissionais. “A gente não cobra tanto, pois a ideia é aproveitar o esporte e o lazer. Tentamos formar o caráter, porque mesmo com a escolinha há crianças que ficam nas ruas. Isso é o que a gente não quer”, pondera.
As conquistas que mais orgulham o voluntário Cleomar são as da Copa Sesi de Futsal, torneio que já rendeu três premiações para o time Sub-13 da Vulcano. A vitória mais comemorada, contudo, veio em 2018, quando a equipe venceu a Copa Natal, disputada em Cambará do Sul, também na categoria Sub-13.

Representatividade

A Vulcano recebe crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, mas abre exceções para ajudar, também, jovens de 18 a 21 anos. É o caso do time de futsal feminino, comandado pelo treinador voluntário Cláudio Roberto. A média de idade das jogadoras é de 19 anos. “Elas treinam em dias diferentes dos mais novos porque é difícil conciliar as obrigações, como trabalho e estudo”, explica.
De acordo com o voluntário, a maioria das participantes veem os treinos e jogos da ONG como divertimento. Além disso, Cláudio destaca outros benefícios. “Muitas vezes a gente passa um domingo inteiro juntos, disputando campeonatos fora da cidade e isso gera um sentimento de união entre elas. A maioria é do mesmo bairro, nasceram e se criaram aqui”, explica, salientando como o esporte fortalece o senso de comunidade entre as jovens.
Em apenas um ano de existência, o time de futsal feminino da Vulcano já é campeão das categorias de base e está classificado para disputar a Série Bronze. (Foto: Mailsom Portalete/Beta Redação)
Em um ano, a equipe de futsal feminino da Vulcano conquistou três troféus. “O momento mais inesquecível foi em um campeonato em que as jogadoras usaram um uniforme de tamanho, corte e cor que elas não queriam, pois era o mesmo utilizado pelos meninos. Então, a gente focou nesse torneio em que o campeão ganhava R$ 1 mil“, recorda. Cláudio se refere à 27ª Tacinha Impacto de Futsal Feminino, ocorrida em Canoas, quando as atletas conquistaram o título na categoria Base, em 2019.
O treinador explica que vencer na categoria de Base, destinada a times iniciantes, classificou o time feminino de futsal da Vulcano a disputar o torneio da Série Bronze. Agora, o objetivo é vencer na categoria Bronze para chegar na prata e, assim, sucessivamente. “Estamos sempre procurando a evolução”, conclui.

Próximos passos

Além de futsal e futebol de campo, ao longo desses quase 20 anos, a Vulcano organizou diversas oficinas de teatro, capoeira, hip hop, inglês, informática e hora do conto. Porém, são oficinas pontuais uma vez que dependem da disponibilidade de espaço e de voluntários. De qualquer modo, segundo o presidente, Ilvo Goldschmidt, “o carro chefe é o esporte”.
A Vulcano conta com o apoio de duas empresas do bairro, um mercado e uma fornecedora de forros de PVC, que fazem doações fixas para o lanche das crianças. Já para o material esportivo, a ONG não tem nada garantido e sempre está em busca de quem possa contribuir. “Temos dois eventos para o final do ano, a Copa Natal, nas categorias Sub-13 e Sub-15, e também um passeio para conhecer os estádios do Grêmio e do Internacional”, comenta Ilvo.
O fundador aponta que os valores necessários para cobrir as despesas dos dois eventos é de R$ 8 mil. A organização está arrecadando o montante através de eventos como almoços e as chamadas “vispadas” — que são uma espécie de bingo com venda de lanches.

Como ajudar

Se você tem interesse em conhecer mais o trabalho realizado pela ONG Vulcano pode acompanhar as ações pelo blog do projeto e também pela página da organização no Facebook.
As atividades acontecem de segunda à sexta-feira, das 18h30 às 19h30, e aos sábados das 8h às 13h. A Vulcano desenvolve suas oficinas na Rua Tietê, nº 510, no bairro Jardim Luciana, em São Leopoldo.
A maior necessidade da ONG é material esportivo e voluntários dispostos a atuar, seja na parte esportiva ou que possam ministrar oficinas de outras áreas para auxiliar na formação dos jovens. Para ajudar, basta entrar em contato pela própria página do Facebook, pelo e-mail ilvogold@hotmail.com ou, ainda, pelo WhatsApp (51) 99108–0709.

Beta Redação

A Beta Redação integra diferentes atividades acadêmicas do curso de Jornalismo da Unisinos em laboratórios práticos, divididos em cinco editorias. Sob a orientação de professores, os estudantes produzem e publicam aqui conteúdos jornalísticos de diversos gêneros.

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Thanks to Júlia Ramona Michel. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

ONG - Vulcano com participação expressiva na palestra "O futebol dentro e fora das 4 linhas"

No último dia 9 de setembro, VULCANO participou de um painel(palestra), com o tema: Futebol dentro e fora das quatro linhas. Evento promovido pela Open de futsal Vale dos Sinos. Palestrantes Douglas Gonçalves(ex jogador, empresário) e Allan Barcelos(graduado em educação física e treinador de futebol, atualmente treinando a categoria sub13 do Grêmio). Evento muito proveitoso e de forma gratuita, todos os alunos que quiseram, puderam participar, sendo que a Ong Ecl teve a maior delegação presente no auditório do Colégio São Luis de SL.



















 

domingo, 1 de setembro de 2019

ONG VULCANO - 28 DE AGOSTO, DIA DO VOLUNTARIADO

ONG VULCANO  - 28 DE AGOSTO, DIA DO VOLUNTARIADO.
Ser voluntário é colocar-se a disposição, com uma dose de amor, nosso tempo, trabalho e dedicação, contribuindo uma pequena, mas de suma importância o desejo de um mundo melhor. Quem faz sabe que é bom, e quem recebe tem gratidão.
Muito obrigado a todos(as) voluntários da ONG VULCANO. Ong Ecl